Celebrar o “passado” e preparar o “futuro”: como o PS quer fazer oposição e conquistar as autarquias do Distrito
PS ataca coligação que governa a Câmara de Setúbal, e quer afirmar-se como a única oposição ao atual Governo.

O XXI Congresso da Federação de Setúbal Partido Socialista (PS) culminou com uma sessão de encerramento no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, onde os socialistas refletiram sobre as conquistas passadas e traçaram objetivos para o futuro. André Pinotes Batista, Presidente da Federação de Setúbal e Mariana Vieira da Silva, ex Ministra de Estado e da Presidência, refletiram sobre os desafios do PS e distribuiram críticas pelo PSD e a CDU.
Em frente aos militantes, no Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, Baixa da Banheira, os dois socialistas enumeraram os pontos mais fortes do partido:
André Pinotes Batista enumerou o compromisso do PS com as questões da defesa das liberdades e garantias, da distribuição de riqueza, e da igualdade, assim como das “questões migratórias“, que afirma estarem no “no cunho do partido socialista”.
O PS é a alternativa ao PSD e à CDU
“Somos responsáveis por, em cada sítio, termos a nossa ação ao pé das nossas palavras. Nós temos um legado tremendo. Somos um partido progressista e nem sempre o afirmamos na devida dimensão.”
Os socialistas dizem que o desempenho do partido durante os 8 anos de Governo foi positivo e essencial para a melhoria da qualidade de vida dos portugues: “A verdade é que o país reduziu as desigualdades, devido à criação de medidas como o rendimento do dinheiro garantido ou os aumentos das pensões”, diz André Batista.
As creches gratuitas e os manuais escolares gratuitos, assim como o “combate à toxicodependência“, uma visão “vanguardista” do PS “menos falada“, são algumas das melhores medidas que terão reduzido as desigualdades em Portugal.
No mesmo âmbito, André Pinotes Batista diz que o partido deve combater a riqueza excessiva e que o PS não pode ter medo de lutar por isso, com o receio de ser associado em demasia à esquerda, nas figuras da irmãs “Mortágua”: “Com o devido respeito, porque é um arquétipo bem bom, mas o social-democrata tem a obrigação de falar sobre distribuição de riqueza e sobre a criação de riqueza”, argumenta.
“Nós não temos nada contra a riqueza, nós não temos nada contra a indústria privada”, continua, “mas não podemos aceitar que 1% da população mundial tenha mais do que 95% da população de riqueza acumulada”. Batista termina ao afirmar a necessidade de não só aumentar os rendimentos mas de não ter medo de atacar a política fiscal.
Contra o Partido Comunista
“O imobilismo, o perpetuar das dependências e o perpetuar da caixinha, ao invés de ousar, de ambicionar, de nos prepararmos, é óbvio.”

O presidente da Federação de Setúbal atacou a CDU, partido que governa várias Câmaras Municipais no Distrito de Setúbal. “Não há ninguém que compreenda, não há ninguém que esteja convicto que sair de casa e votar no Partido Comunista seja um lado de progresso.”, argumenta, referindo que o progresso está “no Partido Socialista“.
Mariana Vieira da Silva, ex Ministra de Estado e da Presidência, enfatizou esta posição, destacando a competitividade do PS para combater nas eleições autárquicas de 2025. “Eu acredito que as eleições autárquicas de 2025 são nevrálgicas para o Partido Socialista de Setúbal, mas que, de Setúbal, daremos um sinal muito importante para o Partido Socialista Nacional”.
Já no teatro nacional, o essencial “é garantir que somos o principal partido da oposição, que fazemos o escrutínio, que passamos as mensagens e que construímos uma alternativa.”, continua, criticando as ações tomadas recentemente pelo Partido Social Democrata.
No balanço da atuação do atual Governo, Mariana acusa que “afinal, é tudo muito complexo, leva o seu tempo e, na verdade, está pior quando olhamos agora, seis meses depois.“.
Os problemas na educação, na saúde e a política fiscal foram os temas mais atacados pela ex ministra da presidência.
Não deixar a imigração só para o CHEGA
“Temos que ter a coragem de assumir uma agenda para as migrações com uma forte vertente humanista, sem nenhum tipo de complexo.”
Sobre a imigração, André Batista manifestou vontade em retirar o monopólio da discussão sobre políticas de imigração do partido CHEGA. “O discurso do Chega é racista, é xenófobo, é desumano.”, diz. “Nos últimos anos, o Partido Socialista tem evitado falar sobre um tema sobre o qual tem obrigação de ter uma posição.”, desabafa.
Batista pede que se tenha menos prudência, e que o partido tome uma posição mais forte: “Não sei se é uma extrema prudência que nós queremos ter para não permitir o erro de sermos estereotipados, mas como social democrata, não consigo conceber nenhuma razão para que o Partido Socialista não tenha uma agenda que seja humanista para as migrações”, declara.
André Batista exige uma “agenda para as migrações com uma forte vertente humanista”, “sem nenhum tipo de complexo“.
O XXI Congresso da Federação do PS de Setúbal terminou com fortes críticas à gestão do atual Governo, acusado de promessas irrealistas, como o crescimento económico e a solução para a falta de professores, assim como as políticas fiscais.
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Partido de merda