Catarina Martins acusa Marcelo de “branquear” Governo na crise do SNS
A candidata presidencial critica o Presidente da República por não responsabilizar o Governo pela degradação do Serviço Nacional de Saúde e alerta para o risco de cortes nos hospitais.
A candidata presidencial Catarina Martins voltou a apontar duras críticas a Marcelo Rebelo de Sousa, acusando o Presidente da República de “desresponsabilizar o Governo” pela crise no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Durante uma visita ao Centro Social S. Francisco Xavier, da Cáritas de Setúbal, Catarina afirmou ter “muita dificuldade em compreender” a postura do chefe de Estado, lembrando que “no passado, pediu a demissão de ministros para defender a responsabilidade política”.
“Hoje, Marcelo prefere falar de pactos de regime sem responsabilizar quem governa pelo que acontece”, sublinhou, defendendo que o SNS precisa de investimento e equipas dedicadas, e não de “cortes e prestadores de serviço”.
A antiga coordenadora do Bloco de Esquerda reagia às declarações de Marcelo Rebelo de Sousa, que, no encerramento de uma conferência sobre os 50 anos do Serviço Médico na Periferia, apontou “casuísmo” e “soluções de curtíssimo prazo” na gestão da saúde.
Catarina criticou ainda a orientação alegadamente transmitida pela Direção Executiva do SNS aos administradores hospitalares para reduzirem despesas, mesmo com impacto nos serviços assistenciais. “Isto é absolutamente inaceitável, e o Presidente devia estar a dizê-lo claramente”, afirmou.
A candidata lembrou ainda a morte de uma grávida ocorrida esta madrugada como exemplo da falta de resposta em situações de urgência, reforçando que “a saúde é um pilar do país” e que “o SNS tem de estar presente quando mais se precisa”.
Já sobre a campanha para as presidenciais de 2026, Catarina Martins lamentou “o clima de ofensas à democracia” e apelou a um debate centrado “nos problemas reais do país”, destacando a pobreza e a crise na habitação. “Vim à Cáritas porque sei o trabalho extraordinário que fazem. É isto que deve estar no centro das eleições”, concluiu.
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