Entrevista
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Carlos Pólvora: “Temos uma grande comunidade brasileira, e outras em ascensão, como a do Bangladesh. Temos recebido muitos pedidos de atestados de residência.”

Imigração e futuro são os temas abordados na segunda e última parte da entrevista a Carlos Pólvora.

Retomando a entrevista da semana passada, Carlos Pólvora, presidente da junta de freguesia da Quinta do Conde, fala sobre imigração, segurança, o novo posto de comando da GNR e os projetos futuros para a freguesia.

Vai-se recandidatar?

Ainda é muito cedo para falar sobre isso.

E sabe qual vai ser o candidato do PS à Câmara de Sesimbra?

Não, ainda é muito cedo. Os partidos estão em “produção”, processo de escolha de candidatos, como eu gosto de dizer.

Qual a sua posição em relação à candidatura independente de Maria das Dores à Câmara de Setúbal?

É uma cidadã como outra qualquer e tem o direito de decidir concorrer. Eu também estive nas listas da CDU há 8 anos, mas como independente. E decidi sair.

Não concordava com as diretrizes do partido?

Naquela altura, entendi que não devia continuar nas listas e, depois, acabei por ser convidado pelo Partido Socialista.

A candidatura de Maria das Dores terá consequências negativas para o PS?

Ela vai dividir a CDU, e um partido dividido em dois é mais fraco. Mas duvido que vá buscar votos ao Partido Socialista. O PS está com muita força em Setúbal e é capaz de vencer as eleições.

Sobre a falta de médicos de família na Quinta do Conde, é fundamental esta nova unidade de saúde…

É uma questão que se sente aqui, e em todo o país. Os médicos vão para onde lhes oferecem melhores condições, hoje em dia muitos profissionais da saúde decidem onde querem trabalhar.

Com financiamento da Câmara, arranjámos mais espaço no atual centro de saúde com a colocação de um contentor com mais três gabinetes médicos. Teve muita utilidade durante a pandemia e continua a ter uso.

Agora vamos construir um novo centro de saúde e dizem-nos que está tudo encaminhado. Mas é necessário investimento…E o investimento municipal para a Quinta do Conde chega sempre muito tarde.

Quais são as comunidades de imigrantes mais presentes na freguesia?

Temos uma grande comunidade brasileira, e outras em ascensão, como a do Bangladesh. Temos recebido muitos pedidos de atestados de residência. É um documento obrigatório, e a pessoa tem de trazer duas testemunhas para comprovar que reside numa determinada morada.

É habitual ver as mesmas testemunhas a acompanhar os imigrantes?

As pessoas são diferentes. Há algumas que poderão até vir várias vezes, mas mesmo que o façam, a lei não o proíbe.

Há relatos, a nível nacional, de um elevado número de pessoas a viverem na mesma habitação.

Não temos qualquer conhecimento de que isso aconteça na Quinta do Conde.

Como está a situação na freguesia relativamente à falta de professores?

Neste momento, ainda não tenho conhecimento. No ano passado, os agrupamentos diziam que não tinham falta de professores, o que havia eram situações de baixa.

Vamos ter brevemente reuniões com os agrupamentos para discutir este ano.

Como avalia a perceção da segurança na Quinta do Conde?

É idêntica a outras localidades com características semelhantes. Somos muito comparados ao Pinhal Novo, por exemplo.

Recebemos muitas reclamações em relação a dois ou três estabelecimentos noturnos, um agora menos, por causa do ruído junto aos prédios.

A Câmara permite que os estabelecimentos façam ruído no seu interior dos estabelecimentos até certas horas. No entanto, muitas vezes as pessoas saem dos estabelecimentos e continuam o ruído no exterior até muito tarde. Encaminhamos essas queixas para a GNR, é a nossa competência.

Estamos muito preocupados também com a entrada que vai para a Quinta do Peru, que vem da estrada nacional e passa pela ADQC. Está muito congestionada e poderá ocorrer um acidente grave um dia destes.

Já existe alguma novidade relacionada com o novo posto da GNR?

A Câmara diz que já cedeu o terreno e que aguarda pelo Governo. O posto será na Quinta do Peru, porque tem melhores condições de acesso.

Como avalia a autonomia da Junta de Freguesia?

Temos muito pouca coisa descentralizada. Por exemplo, as três freguesias não têm a gestão dos cemitérios, nem a manutenção dos próprios parques públicos.

Em Setúbal descentralizam quase tudo, e as juntas têm muito mais funcionários e verbas disponíveis. O mesmo se passa no Seixal.

Conseguimos recentemente obter as varredoras de limpeza, após um ano a tentar.

Gostávamos também que nos entregassem a gestão do Parque da Vila. Temos de pedir à Câmara para realizar qualquer atividade no Parque. A Câmara nunca recusou, mas é sempre necessário pedir, e às vezes nem obtemos resposta.

Para além destes projetos, o que tem em mente para o futuro?

Para além de concretizar todos estes projetos mencionados, se o PS vencer as eleições, vamos requalificar muitos espaços de jardins municipais, que se encontram quase abandonados. E construir uma piscina pública.

Primeira parte da entrevista


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