Candidata do PCP em Palmela evita mediatismo e reúne com movimento associativo em Pinhal Novo
Ana Teresa Vicente, candidata do PCP à Câmara de Palmela, promove encontros discretos com dirigentes associativos locais, num momento de pressão interna no partido e crescente ameaça da oposição.

A menos de quatro meses das eleições autárquicas, a candidatura de Ana Teresa Vicente pelo PCP à Câmara Municipal de Palmela parece seguir uma estratégia de baixo perfil, marcada por ações de campanha quase silenciosas. Na noite de quinta-feira, a candidata esteve reunida com alguns membros do movimento associativo e desportivo de Pinhal Novo, num encontro realizado nas instalações das Piscinas Municipais, sem qualquer divulgação oficial do partido ou registo público nas redes.
O Diário do Distrito confirmou a presença de Ana Teresa Vicente ao lado de rostos conhecidos do aparelho comunista local, como José Barreto, presidente da Palmela Desporto, e Teresa Palaio, técnica da autarquia e militante do PCP. Esteve ainda presente Adilo Costa, antigo vereador e ex-candidato à Junta de Freguesia de Palmela, além de dois nomes de peso no atual executivo camarário: vereadoras do mandato de Álvaro Amaro e Carlos Almeida, presidente da Junta de Pinhal Novo, apontado como candidato na lista de Vicente.
Apesar da presença institucional, a adesão por parte das associações locais foi notoriamente fraca. Uma imagem a que o Diário do Distrito teve acesso revela uma sala com lugares vazios e pouco envolvimento do tecido associativo, sendo que a freguesia de Pinhal Novo conta com mais de 80 associações e o concelho geralmente com mais de 131 associações.
A ausência de divulgação destas reuniões levanta questões dentro e fora do partido. Fontes locais admitem que o PCP poderá estar a tentar proteger a imagem da sua candidatura num momento em que o “condado” de Palmela, gerido há mais de quatro décadas pelo partido, enfrenta riscos reais de colapso político. As forças da oposição, que incluem o Chega, Iniciativa Liberal, PSD e PS, intensificam a presença no terreno, cativando eleitorado e desafiando a hegemonia comunista.
Ana Teresa Vicente, que já liderou os destinos da autarquia, tenta agora reconquistar a presidência, mas fá-lo num contexto de desgaste acumulado e de crescente desconfiança nos bastidores. A ausência de transparência informativa sobre os atos de campanha poderá indicar receios sobre a exposição pública da candidatura e uma tentativa de evitar confrontos diretos com a opinião pública.
Enquanto a oposição mobiliza-se com eventos visíveis, ações nas redes sociais e uma comunicação direta com os munícipes, o PCP mantém-se na sombra, apostando em reuniões fechadas e sem anúncio oficial — o que poderá penalizar a sua capacidade de influência nos próximos meses.
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