Café prestes a entrar na lista de produtos de luxo

Se é das pessoas que não dispensa uma bica de manhã, e o cafezinho depois das refeições, se calhar terá de começar a fazer contas à vida para manter o que em breve se tornará um luxo.

Isto porque o preço do café tem vindo a subir de forma quase imparável, devido em parte a menores colheitas e a uma nova legislação europeia.

Os elevados custos de produção a juntarem-se às alterações climáticas com períodos de seca prolongada, especialmente no Brasil e no Vietname, têm reduzido a oferta global de café, resultando em níveis de stocks historicamente baixos, têm afetando negativamente as colheitas, o que se reflete nos preços finais do café.

Segundo a análise do Jornal de Negócios, os preços do café têm registado um aumento significativo, uma tendência que se manteve em 2024, após um ano de ganhos notáveis em 2023.

Apesar de os dados do Eurostat revelarem que, na União Europeia, o aumento dos preços do café foi menor em março deste ano (+1%) comparado ao mesmo período do ano anterior (+13,5%), quinze países da EU aumentaram os preços continuaram a subir, com Portugal a registar um aumento de 3%.

Embora os produtores e distribuidores portugueses tenham tentando não passar esses aumentos aos consumidores, esta tendência de subida dos preços deverá refletir-se nos preços de venda ao público, afetando desde a bica ao balcão até ao café para consumo doméstico.

Por outro lado, uma nova legislação, em vigor desde dezembro de 2023, tem impactado os stocks nos armazéns cotados na Intercontinental Exchange (ICE).

Esta legislação impede práticas anteriores de “recertificação” do café para evitar penalizações por antiguidade, resultando numa redução significativa dos inventários.

Também as novas regras da União Europeia sobre desflorestação podem afetar as exportações de café, e a necessidade de mapeamento digital dos terrenos de produção imposta pela nova legislação será difícil de cumprir em países como Brasil, Vietname, Indonésia e Colômbia, devido à falta de capital e especialização técnica, o que poderá agravar ainda mais a subida dos preços.

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