Apenas uma vaga para médico de família em Almada-Seixal gera revolta entre utentes

A decisão gera protestos e críticas contra o alegado desinvestimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

A Comissão de Utentes da Saúde do Concelho de Almada (CUSCA) classificou como “incompreensível” e “inexplicável” a atribuição de uma única vaga para médico de família à Unidade Local de Saúde (ULS) Almada-Seixal, considerando o elevado número de utentes sem acompanhamento médico na região. “Numa área que engloba dois concelhos e milhares de utentes sem médico de família, não faz sentido que apenas um médico seja alocado a Almada-Seixal”, lamentou Luísa Ramos, porta-voz da comissão.

O processo foi aberto no dia 27 de dezembro por despacho da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), disponibilizando 240 vagas para médicos de Medicina Geral e Familiar e Saúde Pública em todo o país. Destas, 225 vagas foram destinadas à Medicina Geral e Familiar, mas apenas uma foi atribuída à ULS Almada-Seixal, apesar da região ter solicitado 14.

A unidade, que necessita de pelo menos 30 médicos para suprir a carência existente, conta atualmente com 38 mil utentes sem médico de família. Segundo a ULS, a situação é crítica, pois a autorização de apenas uma vaga não atende à urgência da região, que abrange cerca de 350 mil habitantes, incluindo o Hospital Garcia de Orta e centros de saúde locais.

Para Luísa Ramos, esta decisão “demonstra o desinvestimento contínuo no SNS, que a comissão denuncia há anos”, afirmando que as consequências para os utentes são “desastrosas e profundamente injustas.”

O problema não se restringe à região de Almada-Seixal. Outras cinco Unidades Locais de Saúde em Portugal receberam apenas uma vaga para Medicina Geral e Familiar, apesar das suas necessidades evidentes. A ULS Almada-Seixal também comunicou que três médicos recém-especialistas manifestaram interesse em integrar os quadros, mas dependem da revisão das vagas atribuídas pela ACSS.

A decisão foi publicada após a fixação do número máximo de postos de trabalho nas unidades sob tutela do Ministério da Saúde. A CUSCA e a ULS apelam por uma revisão urgente desta atribuição, destacando que o cenário atual compromete a saúde de milhares de cidadãos.

Se tiver sugestões ou notícias para partilhar com o Diário do Distrito, pode enviá-las para o endereço de email geral@diariodistrito.pt

Sabia que o Diário do Distrito também já está no Telegram? Subscreva o canal.
Já viu os nossos novos vídeos/reportagens em parceria com a CNN no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
Siga-nos na nossa página no Facebook! Veja os diretos que realizamos no seu distrito