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APAV HOPE com mais pedidos de apoio devido ao aumento dos crimes de homicídio

Relatório da APAV sobre vítimas de homicídio

A APAV – Associação Portuguesa de Apoio à Vítima divulgou esta terça-feira as Estatísticas sobre as Vítimas de Homicídio 2023, que engloba o número de pedidos dirigidos à APAV HOPE, uma linha de apoio a vítimas de homicídio tentado, homicídio consumado, terrorismo e de vitimização em massa.

Segundo a entidade, todos os números relativos a 2023 subiram, sendo que nesse ano foram recebidas mais 88 pessoas, vítimas diretas ou indiretas, realizados 1366 atendimentos de apoio a vítimas diretas ou indiretas destes crimes, dos quais 684 referentes a novos processos.

Em 2023, na origem dos 29 processos de apoio por homicídio tentado estiveram 24 crimes e no caso dos 59 processos de apoio por homicídio consumado estiveram na sua base 34 crimes.

O apoio especializado a este tipo de vítimas surgiu em 2013, através da criação da Rede de Apoio a Familiares e Amigos de Vítimas de Homicídio e Terrorismo (RAFAVHT), tendo sido alterada a designação em 2024, para APAV HOPE.

A APAV alerta para que o «escalar da violência é cada vez mais rápido e pequenos desentendimentos resultam mais na tentativa ou consumação de assassinatos».

Os distritos com mais atendimentos foram Lisboa (27), Porto (21), Faro (9) e Setúbal (5). Em Coimbra, Leiria, Santarém foram atendidas 4 pessoas; em Viseu, foram atendidas 2 pessoas; em Viana do Castelo, Braga, Aveiro, Castelo Branco e Portalegre, foi realizado um atendimento por distrito, e em Vila Real, Bragança, Guarda, Évora e Beja não houve atendimentos.

Na Madeira foram atendidas 3 pessoas e não houve atendimentos nos Açores.

A maior parte de apoios por homicídio tentado foi de homens, num total de 65,5%, e 31% de mulheres, ao passo que nos casos de homicídio consumado foram apoiadas mais mulheres 71,2%, sendo que 28,8% foram homens.

Em termos de relação com a vítima, a maior parte dos atendimentos foram feitos a filhos (20), pais (10) e irmãos (8). Foram ainda atendidos 3 cônjuges.

Nâmbito dos processos de apoio iniciados pela APAV em 2023, o relatório afirma que 41,4% dos autores de homicídio tentado e 45,9% dos autores de homicídio consumado tinham uma relação de intimidade ou familiar com as vítimas, a maior parte tendo sido cometidos pelos cônjuges e companheiros de relacionamento, seguindo-se depois pessoas conhecidas.

Num grande número de homicídio tentado ou consumado, não há informação sobre relacionamento entre vítima e perpetuador.

A APAV relembra ainda que «um homicídio não se resume ao ato em si e às pessoas diretamente envolvidas. É fundamental que os familiares e amigos beneficiem de apoio especializado».


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