Após sete anos de governação conjunta em Almada, o PSD decidiu reprovar o Orçamento Municipal para 2025, apontando uma gestão que, segundo o partido, ignora as suas propostas e compromete o futuro financeiro da autarquia. A decisão foi anunciada na Assembleia Municipal de 19 de dezembro, marcando um corte na relação com o executivo liderado por Inês de Medeiros (PS).
“Estivemos sete anos a fazer cedências ao PS em nome da estabilidade”, afirmou Paulo Sabino, presidente do PSD Almada. “Infelizmente, temos novamente um orçamento que não nos deixa trabalhar como Almada merece.” Segundo o partido, a falta de reciprocidade nas negociações foi o principal motivo para o voto contra.
Entre as propostas ignoradas, o PSD destacou a redução da taxa de IMI para 0,30%, a criação de habitação acessível para jovens, a requalificação dos mercados municipais e a implementação de tecnologia na limpeza urbana.
Além disso, o partido criticou a elevada carga fiscal e acusou o executivo de não apresentar resultados concretos na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, apesar das receitas significativas provenientes de impostos como o IMI e IRS. Outro ponto levantado foi a despesa com trabalhadores, que, segundo o PSD, representa 38% do orçamento, muito acima da média nacional, comprometendo a eficiência dos serviços e a sustentabilidade financeira da Câmara.
“Almada não está a gastar demais com os trabalhadores: está a investir de menos no resto”, reforçou Sabino, alertando que o município pode entrar em défice dentro de três anos caso a gestão não seja ajustada.
Relativamente à execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o PSD acusou a presidente de não ter um plano claro para os investimentos, mesmo com o prazo do programa prestes a terminar. “Se estamos no fim do prazo da execução do PRR e a presidente ainda não sabe os investimentos que vai fazer, tem de assumir a falha e apresentar um novo orçamento”, defendeu o líder social-democrata.
Na sua intervenção final, Paulo Sabino fez uma crítica contundente à liderança de Inês de Medeiros, comparando a gestão autárquica a um filme mal conduzido: “Almada podia ter sido o filme da sua vida. Mas com o guião que tem vindo a escrever, chegou a altura de dizermos-lhe: Corta!”
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PSD quer é lavar as mãos das suas responsabilidades durante 7 anos! não enganam ninguem