
Um alerta de fuga de seis reclusos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC) mobilizou 30 guardas prisionais e uma equipa de intervenção no Estabelecimento Prisional de Coimbra, no sábado. A intervenção preventiva impediu o que poderia ser uma das mais audaciosas tentativas de evasão em Portugal.
A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) confirmou que não houve fuga, mas reconheceu ter identificado indícios de preparação para uma tentativa de evasão. “As medidas de segurança foram implementadas de forma célere, evitando qualquer incidente”, referiu a entidade em comunicado.
De acordo com Frederico Morais, presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), o sistema de vigilância e segurança foi essencial para a deteção do plano. “Identificámos seis indivíduos extremamente perigosos, com ligações ao PCC no Brasil, que planeavam escapar. Graças à rápida atuação, conseguimos evitar uma possível tragédia”, afirmou.
Durante as buscas nas celas dos suspeitos, os guardas encontraram telemóveis e estupefacientes, reforçando as suspeitas sobre a articulação do plano de fuga. Segundo Morais, a operação contou com guardas que interromperam folgas e férias para garantir a segurança do estabelecimento.
Guardas prisionais exigem inibidores de sinal
A situação reacendeu o debate sobre a necessidade urgente de inibidores de sinal de telemóveis nos estabelecimentos prisionais. Morais destacou que, com essa tecnologia, “o plano nem sequer teria sido possível”. Apelou ainda à ministra da Justiça, Rita Júdice, para agilizar a instalação dos dispositivos e transferir os seis reclusos para a cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, onde já existem sistemas de bloqueio.
Os guardas prisionais temem que a presença crescente de elementos do PCC em Portugal traga novos desafios à segurança do sistema prisional. “Falamos de indivíduos extremamente violentos, que não medem esforços para escapar”, alertou Morais.
A ação rápida das autoridades evitou o pior, mas a questão permanece: estará o sistema prisional preparado para lidar com organizações criminosas internacionais?
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