Afastamento de capitão no Pinhalnovense gera êxodo de jogadores e causa polémica no clube

O Clube Desportivo Pinhalnovense enfrenta uma crise interna após a dispensa de Marco Dias, um dos capitães de equipa, num processo que gerou desconforto e levou outros jogadores a abandonarem o plantel em solidariedade. China, Diego Zaporo e João Ferreira, também capitães, decidiram deixar o clube como forma de protesto contra como a decisão foi tomada.

Em entrevista ao Jornal de Desporto, Marco Dias revelou detalhes do seu afastamento, que aconteceu numa chamada telefónica à meia-noite de uma quinta-feira. Segundo o jogador, o treinador informou-o que a decisão foi imposta pela direção, sem qualquer comunicação prévia ou tentativa de diálogo. O plantel, visivelmente chocado, reuniu-se no dia seguinte para questionar a direção, exigindo explicações.

Fontes internas afirmam ainda que a direção apontou como justificativa algumas atitudes de Marco Dias, incluindo trocas de palavras menos cordiais com adversários e até com membros da sua própria equipa. No entanto, os colegas de equipa criticaram a falta de apoio e de liderança por parte da direção e da equipa técnica, questionando por que razão Marco nunca foi advertido diretamente sobre o seu comportamento.

“Faltou diálogo e transparência”, destacou um dos jogadores. O clima no balneário tornou-se tenso, com os atletas a manifestarem a sua insatisfação por não terem nenhum apoio logístico ou médico e por se sentirem constantemente desvalorizados. Marco destacou ainda o amadorismo na gestão do clube, referindo que nem direito a uma refeição após os jogos tinham, algo que se torna ainda mais incompreensível num clube com a história do Pinhalnovense.

Com os resultados desportivos abaixo das expectativas, alguns sugerem que a decisão de dispensar o capitão possa estar ligada à pressão sobre a direção, que procurava um “bode expiatório”. “Corremos por todos, mas nunca tivemos apoio”, lamentou Marco, que se despede da equipa com um sentimento de frustração, mas também de carinho pelos colegas que o apoiaram até ao fim.

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