
O presidente executivo da Ryanair, Michael O’Leary, acusa a ANA de querer aumentar as taxas no Aeroporto da Portela para financiar a construção do novo aeroporto em Alcochete, algo que considera “uma fraude”. O’Leary crítica a demora na decisão e apela ao avanço imediato com a opção Montijo.
A ANA — Aeroportos de Portugal, sob orientação do Governo, apresentou uma candidatura para a construção do futuro aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, prevendo que a infraestrutura fique operacional apenas em 2036 ou 2037. No entanto, a proposta já inclui o aumento das taxas aeroportuárias na Portela a partir do próximo ano, o que foi duramente criticado pelo CEO da Ryanair.
“Os passageiros que utilizam a Portela não devem ser obrigados a pagar por Alcochete, que só deverá abrir em 2040. Isso é uma fraude”, afirmou O’Leary numa conferência de imprensa em Lisboa. Para o responsável da companhia aérea irlandesa, a solução é clara: “Se tivermos de esperar por Alcochete até 2040 ou 2050, será demasiado tarde. Façam o Montijo já”.
“Decisão absurda prejudica o turismo e a economia”
O líder da Ryanair não poupou críticas ao processo de decisão, considerando-o “uma estupidez típica de um Governo que finge estar a fazer algo”. O’Leary, que tem 63 anos, ironizou dizendo que “não verá Alcochete no seu tempo de vida”.
A transportadora aérea de baixo custo reforçou a sua aposta em Portugal, anunciando quatro novas rotas para o verão, incluindo ligações do Porto para Roma e da Madeira para Milão, Shannon e Bournemouth. Além disso, serão adicionados dois novos aviões, um na Madeira e outro em Faro. Ainda assim, a companhia queixa-se das restrições impostas pela ANA em Lisboa, que, segundo a Ryanair, beneficiam a TAP para facilitar a sua privatização.
“O monopólio da ANA trava o crescimento do turismo e a criação de empregos em Portugal”, alertou o executivo. Caso haja um aumento da capacidade em Lisboa, a Ryanair compromete-se a duplicar o tráfego de 13 para 27 milhões de passageiros anuais até 2030, além de criar 500 novos postos de trabalho e basear 16 novas aeronaves nos seis aeroportos portugueses onde opera.
Futuro do aeroporto: incerteza e atrasos
A discussão sobre a nova infraestrutura aeroportuária em Portugal tem sido marcada por sucessivos impasses. O relatório inicial da ANA propôs Alcochete como a opção definitiva, mas os prazos alargados e a falta de garantias de financiamento geram fortes críticas no setor da aviação.
Com a pressão crescente da Ryanair e de outras companhias, resta saber se o Governo irá reconsiderar e optar pelo Montijo como solução intermédia para aliviar a Portela, ou se manterá o plano para Alcochete, mesmo que isso implique uma espera de quase duas décadas.
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