A noite eleitoral do PS em Almada
PS vence em Almada, reelege Inês de Medeiros e promete continuar o “Plano A: Almada”, apesar de um executivo fragmentado.

O relógio já ia alto quando a sede de campanha do PS, no centro de Almada, explodiu em aplausos. Nas primeiras filas, bandeiras brancas com o punho socialista ergueram-se em ondas, enquanto, ao fundo, telemóveis e câmaras registavam o momento.
No púlpito, com o letreiro “PLANO A: ALMADA.”, Inês de Medeiros sorriu, levantou os braços e bateu palmas ao compasso do coro: “Vitória!”. A presidente reeleita falou pouco, sorriu muito e devolveu o tom de festa à sala. “É praticamente certo que vencemos novamente”, disse momentos depois, assumindo o terceiro — e último — mandato à frente da Câmara Municipal.

As imagens da noite contam o resto. Na fotografia mais fechada, vê-se a candidata de braços erguidos, ladeada por dirigentes e militantes; atrás, punhos no ar e expressões de alívio. Noutra, Medeiros surge ao púlpito, em frente ao painel vermelho, enquanto a sala rompe num aplauso cerrado. Num terceiro registo, ainda mais vivo, uma militante de camisa vermelha entra pela nave central, abanando uma bandeira amarela e incendiando a moldura humana de apoiantes — muitos em pé, alguns a filmar, outros a gritar o refrão da vitória. Lá fora, já de noite, a autarca atende telefonemas e dá declarações de improviso, encostada à montra, com gravadores estendidos à sua frente. É a coreografia típica de uma noite de eleições… mas com assinatura almadense.
As palavras de Inês de Medeiros
Quando chegou o momento de balanço, Medeiros alinhou a mensagem em três ideias: vitória, governação e continuidade do “plano” iniciado em 2017. “Ganhámos quatro juntas. Perdemos a Costa de Caparica, mas tivemos uma grande vitória pela primeira vez, que foi a União de Freguesias do Laranjeiro/Feijó”, afirmou, reservando um sublinhado especial para a geografia política do concelho.

Assumiu também o tom de resistência e entrega: “Os dois mandatos foram difíceis, mas é com determinação e entusiasmo que ganhámos mais uma vez”, reforçando a ideia de continuidade programática — “Tínhamos um plano para Almada em 2017 e estamos a concretizá-lo; sabemos fazê-lo até 2029”. As frases foram reproduzidas por vários meios nessa noite e no dia seguinte.
Sala cheia, vitória curta, executivo fragmentado
A euforia dentro da sede contrastou com a matemática mais austera das urnas: uma vitória “curta” face a 2021 e um executivo municipal mais fragmentado, que exigirá negociação permanente. De acordo com os resultados divulgados pela imprensa local e regional, o PS revalida a liderança com cerca de 29% dos votos, elegendo quatro vereadores; a CDU conquista três, o PSD recupera para dois e o Chega entra no executivo com dois. O quadro impõe uma governação sem maioria absoluta, ancorada em entendimentos caso a caso.

Na sala, isso não arrefeceu a temperatura. As fotografias mostram militantes e simpatizantes de pé, bandeiras a rodopiar, palmas ritmadas. Ao lado do púlpito, entre sorrisos e abraços, a equipa de campanha trocou impressões rápidas sobre o mapa das freguesias. O destaque, nas palavras da própria Medeiros, foi a União de Freguesias de Laranjeiro/Feijó, enquanto a Costa de Caparica ficou de fora do perímetro socialista — uma perda reconhecida de imediato, a par da contabilidade global das quatro juntas conquistadas.
O significado político
A noite em Almada encaixa na narrativa nacional do PS, que reivindicou “resistência” e um reencontro com o eleitorado após as legislativas — uma leitura sublinhada, de Lisboa a Setúbal, pela direção nacional. Mas, em Almada, a tradução prática desse cenário é a necessidade de negociar à direita e à esquerda, num município onde o pluralismo do executivo se acentuou.

Cenas finais
As derradeiras fotografias mostram uma sala já mais rarefeita, mas ainda barulhenta. Medeiros ri, mãos juntas, num cumprimento demorado; por trás, o painel vermelho com o selo socialista permanece como pano de fundo. No exterior, a presidente reeleita guarda o telemóvel, acena a apoiantes e segue para mais um direto. A noite eleitoral do PS em Almada fechou assim: entre a vibração das palmas e a sobriedade dos números — com Inês de Medeiros a reivindicar a vitória e a vincar que o “Plano A” segue em frente até 2029.
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