A frotilha dos pantomineiros (política; mentiras; aldrabices)

Caríssimos(as) leitores(as), mais uma vez volto com a minha pena (caneta) afiada e cirúrgica com um artigo de opinião onde vos pretendo levar a pensar e a analisar os factos como eles são e não como nos pretendem vender através da projeção mediática na maioria das nossas TVs, com a honrosa excepção do canal NOW, e em particular do jornalista e comentador Erineu Teixeira, que tem desmontado algumas lendas com que nos têm tentado embalar.
Começo pelo termo FROTILHA em vez de FLOTILHA. Esta palavra, embora em desuso, tem raiz na palavra portuguesa FROTA; já flotilha tem raiz na palavra espanhola flota. Se for em francês seria flottille; e em inglês flotilla. Mais uma vez a as TV’s prestam um péssimo serviço à cultura e à defesa da língua portuguesa.
O LENTO DESENROLAR DE MENTIRAS
A primeira grande mentira é que esta FROTILHA era algo unicamente com fins humanitários. Ora nada disso é verdade. Aliás há poucas coisas que sejam verdade em toda esta historieta supostamente humanitária.
Se formos a ver bem as coisas, andamos a ser manipulados nesta história. Andámos a consumir vídeos nas redes sociais e nas TV’s, e o importante para quem nos tem feito chegar estas informações não é levar-nos a pensar. É levar-nos à emoção é levar a que nos comovamos ou aderirmos à revolta.
O objectivo nunca foi levar ajuda humanitária. O objectivo foi sempre através do pretexto da ajuda humanitária e com a cobertura mediática, ajudar o grupo terrorista HAMAS a furar o bloqueio de Israel. A suposta ajuda humanitária sempre foi um mero pretexto. A quantidade encontrada a bordo era residual.
O outro aspecto, é o de como é que esta gente ia colocar ao serviço da iniciativa embarcações próprias?
A resposta é simples: não é necessário, pois os barquinhos pertencem ao HAMAS.
Claro que o grupo terrorista não iria cair na patetice de colocar directamente os barcos em seu nome.
Então recorreu ao DIREITO MARÍTIMO e a um senhor chamado Saif Abukeshek, um operacional do grupo terrorista no exterior da Palestina, ligado às operações financeiras.
Obviamente que este cavalheiro não tem fundos próprios para adquirir uma frota de barcos mas pode sempre servir de fachada para uma operação de testa de ferro, tendo para o efeito duas empresas legalmente constituídas para dar um ar de legalidade à posse destas embarcações.
São elas a Cyber Neptune SL e a Menorca Yachting Limited, com a mesma morada – Via Augusta nº 13, 6º Pta.2, Barcelona, Spain, 08006.
Mas todas as mentiras desta epopeia marítima vão surgindo por camadas.
Ora até a empresa mudou o objecto social (ou seja, aquilo a que se dedica) uma semana antes do arranque da ‘grande armada’.
A empresa Cyber Neptune SL foi constituída a 5 de Junho por uma pessoa – Andres Velez Ferrera, que tem mais de 1200 empresas abertas por sim e a 29 de Agosto mudou de objecto social (de compra e gestão de imóveis para transporte marítimo de pessoas e mercadorias) e passou para o nome dele.
Na segunda empresa, Menorca Yachting Limited, foi constituído director a 22 de Agosto. Ambas as empresas passaram para o seu nome poucos dias antes da frota arrancar no dia 31 de Agosto.
A somar a isto, o cavalheiro em questão tem como sócio Jaime Rodrigo de Larrucea, um advogado especialista em direito marítimo que defendeu em Junho passado a Freedom Flotilha e o navio Madleen e é também o coordenador legal da organização Open Arms que resgata migrantes no Mediterrâneo.
A mesma organização que a guarda costeira italiana conseguiu provar conluio com traficantes de pessoas na Líbia e auxílio internacional à imigração ilegal, tendo para tal recorrido ao uso da convenção internacional para busca e salvamento marítimo de 1979. E que eu já havia abordado neste meu outro artigo.
Não deixa de ser engraçado como vamos sempre descobrir e tropeçar nos mesmos personagens quando as histórias servem para comover as pessoas, e não para as fazer pensar. A tática mudou até aos anos 80 do século passado, com a esquerda radical a aliar-se com radicais islâmicos para promover e cometer actos terroristas como forma de conseguir atingir o poder para poder implementar a sua utopia de chegar ao poder nem que fosse à lei da bomba.
Agora o objectivo é o mesmo, mas a forma de o alcançar é menos bombástica. Basta subverter a ordem social; provocar o caos; fazer desaparecer a ordem pública; rebentar com as capacidades do estado social.
Depois vamos ver alguns elementos desta frota “humanitária” e deparamos com alguns casos interessantes, nomeadamente a presença de Greta Tunberg, a famosa menina prodígio da luta pelo clima, mas que fez quase toda a viagem num barquinho movido a diesel.
E que já havia sido detida uma vez e acusou Israel de a ter raptado.
Depois há Tiago Avila, o ‘activista’ que possui uma relação próxima com o Hezbollah desde os 19 anos, e chegou a estar presente – a convite da própria organização terrorista libanesa – no funeral do líder do grupo, Hassan Nasrallah, em fevereiro deste ano.
Ele também foi até o local onde Nasrallah morreu, nos arredores de Beirute, a fim de prestar homenagem ao líder extremista. Só por isto está apresentado.
E há ainda Ana Alcalde, conhecida em Espanha como a “BARBIE DE GAZA”, que numa entrevista ao canal 4 desmentiu as violações cometidas, bem como outras situações referentes ao 7 de Outubro.
Engraçado que depois da dita entrevista e de ter chamado fascistas aos elementos do programa do canal 4; de afirmar que foi cancelada; agora vinha dizer que temia pela vida.
Nunca me espanta a capacidade da esquerda para a vitimização. É incrível. Faz lembrar o “activista” Bosta da Bófia, que começou a ver tochas do KKK e teve que pedir proteção policial.
Por falar em vitimização quem, como esta gente alega, passa realmente situações traumáticas e privação de água e alimentos; quem foi espancado e brutalizado, não vem dois dias depois fazer comícios como se nada se tivesse passado.
Normalmente essas pessoas procuram apoio médico de vária ordem e o isolamento. Mas o estado de Israel e os malandros dos sionistas deixaram-na em muito mau estado.
Durante a viagem as peripécias foram verdadeiramente dignas de um reality show. Com uma falsa partida de Barcelona, onde a Frotilha regressou a correr supostamente devido a uma tempestade.
Engraçado que se a dita tempestade tivesse realmente existido com a força que os amigos da Mariana afirmaram, teria sido feita a transmissão de um aviso à navegação e o próprio comandante do porto de Barcelona teria impedido a saída dos iates.
Acontece que o mar Mediterrâneo no Verão é quase uma lagoa com ventos predominantes do quadrante sul-sudeste quentes e secos. Portanto esta volta ao porto de Barcelona terá tido a verdadeiramente outras razões internas da agenda do HAMAS. Ou com a não conveniente preparação das embarcações para a viagem.

Na Tunísia, no porto de Sid Bou Said, o suposto ataque de “drone” foi mais um momento de ópera bufa de teatro pantomineiro. Qualquer pessoa que tenha o mínimo de formação marítima saberá que aquilo que aparece nas imagens não passa de um flare, ou seja um foguete de sinalização que por norma, como mostram as imagens, cai de forma lenta para que o clarão emitido ao queimar possa ser avistado o máximo de tempo possível por outras embarcações em mar alto em caso de perigo.
No caminho até Gaza sucederam-se mais “ataques de drones”. Engraçado não terem registado nada em câmaras numa frotilha em que só faltava terem câmaras na casa de banho.
Claro que o importante era continuar a ter o pessoal preso ao ecrã a seguir a saga dos “valentes coitadinhos”.
A isto acresce que em toda a frotilha não iam profissionais marítimos para operar as embarcações. Daí o resultado das sucessivas “avarias” e desistências.
E, antes de arrancarem neste passeio de iates, também ninguém se deu ao trabalho de se informar minimamente sobre questões legais, nem sequer passando os olhos pela Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar.
O BLOQUEIO
Aqui é que cai por terra toda a propaganda o do HAMAS e do BLOCO DE ESQUERDA mais a indefetível Greta Tunberg. Sobre ela falarei nas notas finais.
O BE e o HAMAS afirmam que o bloqueio é ilegal por dois pontos.
Em primeiro porque alegavam transportar apenas ajuda humanitária. Ora uma frotilha ou um comboio de ajuda humanitária faz-se com quantidades. Normalmente acima das 10 toneladas. Tendo em vista as embarcações que compunham a frotilha, todos vemos que isto nunca passou de um pretexto para justificar um acto político para dar protagonismo ao HAMAS.
Se a deputada Mariana Mortágua estivesse verdadeiramente preocupada com a população de Gaza, a primeira coisa que tinha que fazer era criticar o HAMAS por ter dado a Israel o pretexto para fazer esta guerra.
Não o fez, e em vez disso armou-se em líder das brigadas vermelhas e alistou-se na frota do HAMAS, frota que tinha um site a aceitar voluntários, mas que, quando partiu, só integrava membros de Partidos de esquerda e um ou outro mais ou menos “famoso”.
Para falarmos de uma frotilha humanitária, o objeto e foco da mesma é sempre o transportar os bens da ajuda humanitária e não fazer show-off, o que não foi o caso nesta.
Uma frotilha de 40 embarcações maioritariamente veleiros de recreio transportando 500 pessoas (deputados; advogados; pseudo-famosos e ainda menos activistas), não pode por definição ser uma frotilha de ajuda humanitária.
Trata-se isso sim de um movimento político travestido de missão humanitária. Portanto uma DESCARADA MENTIRA.
ÁGUAS INTERNACIONAIS
A Mariana e o HAMAS vêm encher a boca com o manual de San Remo sobre a ilegalidade do bloqueio e do apresamento (direito de presa) das embarcações e prisão dos “activistas”, escudando-se numa suposta missão humanitária.
Ora vamos lá desmontar isto:
Do lado de Israel existe um bloqueio naval DECLARADO e que vigora desde 1991.
As águas da faixa costeira (águas “territoriais” de Gaza) estão divididas em 3 zonas pelos acordos de Oslo (Anexo I), assinados e ratificados pelas partes em 1993-1995.
Uma vez que as zonas “K” e “M”, respectivamente a norte e a sul, se encontram fechadas por questões de segurança, temos que a zona “L” (ao centro) é considerada zona aberta com restrições e serve apenas para actividades piscatórias.
Mas a autoridade palestiniana ainda não possui as ferramentas legais para reivindicar o acesso ao mar sem restrições em Gaza, uma vez que ainda não é um estado soberano, sendo o controlo dessas mesmas águas exercido de forma interina pelo estado de Israel, tal como está no parágrafo 22 do Anexo I dos acordos de Oslo.
Os Artigos 3 a 6 são favoráveis a Israel; Artigo 10 na alínea b. Aqui Israel não viola a regra; Artigo 13 é favorável às alegações nenhum apesar da frotilha alegadamente transportar ajuda humanitária; Artigo 112 a 117, a frotilha ostentava a bandeira palestiniana.
Ora se Israel estava a fazer um bloqueio marítimo, a primeira coisa que iria fazer era abordar e apresar estas embarcações. É uma lei de guerra básica.
É com o artigo 136 alínea (ii) que o HAMAS e a Mariana se pretendiam resguardar e poderiam, se realmente transportassem ajuda humanitária.
Só que, numa frota com tantas câmaras, ninguém viu uma imagem que fosse de uma só lata de leite para bebés ou de um kit de purificação de água. Não vimos uma simples lata de conserva.
Já o artigo 146, alíneas (c;d;f; mostra que Israel teve razão em agir como agiu.
Na dúvida, consultem o manual de San Remo editado pelo Comité Internacional da Cruz Vermelha.
E também deve ser consultado o livro do Dr. Jorge Bacelar Gouveia DIREITO INTERNACIONAL HUMANITÁRIO (2006), edições Almedina.
Legislação adicional: Armando M. Marques Guedes no seu livro DIREITO DO MAR (1982), capítulo «A Guerra Naval e o Direito» refere as práticas decididas na Conferencia Naval de Londres de 1909, onde estão definidas regras do bloqueio naval efetivo, apresamento de embarcações; cargas e pessoas.
A mesma Conferência fala em War Zones ou military zones, que podem ser unilateralmente definidas por um dos beligerantes, podendo as mesmas abranger unicamente águas costeiras inimigas ou alargar-se a áreas mais ou menos extensas do mar alto (águas internacionais).
Estas práticas foram usadas de 1914 a 1918; também de 1939 a 1945 e posteriormente em 1982, durante a Guerra das Maldivas e em todos os conflitos armados até aos nossos dias.
Por sua vez, Eduardo Henrique Serra Brandão, no seu livro DIREITO INTERNACIONAL MARÍTIMO, refere no capítulo IV (pág. 183 a 186) que o bloqueio e consecutivo apresamento de embarcações que tentem furar o mesmo é legal desde que sejam cumpridas as regras do mesmo.
Quanto aos navios e embarcações sujeitas a captura (pág. 221 a 226) refere entre outros que estão sujeitos a captura as seguintes embarcações:
– Ao serviço do inimigo (a propriedade dos mesmos é do HAMAS).
– Naveguem sob controlo de agentes inimigos nele embarcados (Thiago Avila e outros e não faltam documentos que Israel tem na sua posse).
– Apresentem documentação falsa; irregular ou parcialmente destruída (os telemóveis mandados para dentro de água podem ser considerados documentação).
– Desvios de rota não justificados
– Navio que navega com duas bandeiras hasteadas perde o direito de uma, no caso do navio com bandeira portuguesa o mesmo perdeu o direito de proteção que a bandeira portuguesa lhe dava quando hasteou a bandeira palestiniana.
A tudo isto soma-se a Convenção da ONU para a eliminação do financiamento do terrorismo:
Não me vou alargar neste ponto pois há duas convenções que permitem a apreensão dos bens de um grupo terrorista ou organização criminosa transnacional.
Israel tem todo o direito ao bloqueio naval. Aquilo que a Mariana Mortágua e a Sofia Aparício e restante tropa fandanga não querem que nos lembremos é que Israel intercetou e apreendeu dois navios que supostamente carreavam ajuda humanitária, mas afinal transportavam armas para o HAMAS: em 2011 apreendeu o Vitória e em 2014 apreendeu o Klos-C de bandeira panamiana em águas internacionais, com um carreamento de rockets iraquianos para entregar ao HAMAS, escondidos entre sacos de cimento.
CONCLUSÕES FINAIS
É óbvio para qualquer português e portuguesa com dois dedos de testa que a FROTILHA não tinha qualquer hipótese de chegar a Gaza.
Começou a ser óbvio logo na saída de Barcelona que o objectivo nunca foi chegar a Gaza. O objectivo foi sempre, sempre, mas sempre, fazer agenda mediática para o HAMAS e chatear a cabeça ao governo de Israel, obrigando o mesmo a dividir a força militar para enfraquecer a presença militar das IDF em Gaza.
Coitados dos palestinianos em Gaza que ficaram à espera da frota do HAMAS. E dos seus aliados. Foi exatamente assim que se sentiram os portugueses quando perceberam que a frota inglesa de Isabel de Inglaterra não iria desembarcar as tropas salvadoras em Peniche.
Mesmo que a frotilha tivesse furado o bloqueio, a desilusão que os coitados iam apanhar seria tremenda, porque a alegada comida transportada mal daria para uma refeição a meia dúzia de pessoas em Gaza.
No Caso da Mariana Mortágua, achava que esta seria a forma de ganhar mais visibilidade e votos para as autárquicas. Mas o problema é que deixou de prevenção em Portugal uma tropa de choque composta por ANTIFAS/CLIMÁXIMO e “ACTIVISTAS” da Palestina, que até se viraram contra a candidata da coligação das esquerdas a Lisboa. Valeu a PSP.
Na estação ferroviária do Rossio armaram-se em valentes, mas quando um deles teve um choque de realidade com a catenária acalmaram logo.
A partir desse momento já eram uma manifestação pacifica cheia de paz e amor.
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