Opinião

A agenda “One Health”…uma só saúde

As opiniões expressas neste artigo são pessoais e vinculam apenas e somente o seu autor.

O termo “One Health” ou “Saúde Única” começou a ser forjado após o primeiro surto de SARS no início da década de 2000, pretendendo alertar para “o perigo de novas doenças poderem surgir do contacto homem-animal”.

Integrando a ideia de que a Saúde Pública não está cingida ao indivíduo mas igualmente dependente da saúde animal e da saúde planetária, o conceito “Uma Só Saúde”, como tudo o que dimana das Nações Unidas e seus afiliados, está enquadrado por uma linguagem atraente e holística contudo artificial e cheia de sofisma, uma vez que, sob a suposição de que a saúde mundial está ameaçada, postula a existência dum “órgão governamental global com controle sobre a vida vegetal, animal e humana” numa lógica de equidade e tendo por objectivo o equilíbrio sustentável”entre o Homem, os animais e o ecossistema (1).

O conceito “One Health” reveste-se de contornos extremamente perigosos que se tornam aparentes quando consideramos os seus principais impulsionadores: a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Banco Mundial, a Fundação Bill & Melinda Gates, a Fundação Rockefeller e a FDA, os mesmos que promoveram a mais recente crise sanitária e continuam a custear a sua perpetuação nos órgãos da propaganda. Se não vejamos:

I. O projecto “One Health” perverte, entre outros, o postulado hipocrático: “que o alimento seja o seu medicamento” e para o comprovar basta observar o que está a acontecer nas cadeias de abastecimento alimentar e no tipo de alimentos que chegam ao consumidor final – alimentos cada vez mais processados, com cada vez mais aditivos, cada vez mais modificados geneticamente e cada vez mais distantes da herança ancestral que permitiu a nossa evolução enquanto espécie.

II. É óbvia a mudança de paradigma na prática da medicina muito mais tecnocrata e refém de protocolos desumanizados e inéticos. Neste contexto o projecto “One Health” deixa em aberto a possibilidade do racionamento dos cuidados de saúde numa crença malthusiana(2) de que o planeta beneficiará com a redução populacional e com o novo paradigma sanitário em que uma elite decidirá acerca da sustentabilidade de escolhas individuais tão comezinhas como ser ou não submetido a um acto médico (diagnóstico, terapêutico ou profilático); o direito a escolher onde ir e como ir ou o direito a escolher o que comer, o que cultivar ou o que comprar (3).

III. E, porque toda esta maquinação está escrita e disponível para consulta, há muito que deixou de ser uma teoria da conspiração, impondo a análise urgente e desapaixonada por parte da sociedade civil.

Claro que, para além dos cuidados médicos, é difícil imaginar qualquer outro aspecto da nossa vida sob a alçada duma entidade reguladora da saúde. Todavia, quando se teoriza que a saúde dos animais, a saúde das pessoas e a saúde do ambiente devem ser equitativamente consideradas(4), imediatamente se compreende que, o que se preconiza, ultrapassa largamente os limites da saúde pública, dos direitos humanos e da Bioética até porque, este controlo, será tornado possível através da implementação da moeda digital do banco central (CBDCs) – um sistema em que todo o dinheiro é digital e controlado centralmente, permitindo às entidades governamentais, se assim lhes aprouver, programar e racionar o dinheiro individual e, por conseguinte, a vida de cada um.

Se alguma coisa a História nos ensinou e os últimos quatro anos vieram confirmar, é que as tiranias se desenvolvem paulatinamente, sempre numa perspectiva salvífica e com a anuência das massas sempre que se julguem sob ameaça ou se sintam culpadas pelos males do mundo. E a História  está repetir-se e a tirania está, de novo, a ganhar terreno e a todos os que me lêem e duvidam do que afirmo, exorto à reflexão sobre as seguintes questões:

– Por que razão se nutre permanentemente o medo com a ameaça de novas doenças e com a previsão de pandemias sucessivas? Quem detém a bola de cristal?

– Qual o motivo para a diabolização do consumo de proteína animal e para a crescente promoção do consumo de sucedâneos vegetais da carne? Acaso alguém acredita que a proteína natural é substituível por hambúrgueres transgénicos, proteínas em pó ou insectos?

– E qual o objectivo do exponencial recurso à geo e à bio-engenharia? E qual a razão para a banalização do aborto, da eutanásia e da transexualidade ao arrepio da biologia e dos valores tradicionais que deixaram de ser equacionados?

Tudo isto aliado à repressão descarada da agricultura e pecuárias regenerativas deixa claro que o casamento do projecto “One Health” com as CBDC, com o crédito social e com a redução da pegada de carbono individual, há muito deixou de ser uma teoria.

Torna-se óbvia a progressiva decadência da cadeia de abastecimento alimentar, da Liberdade individual e da soberania das nações tal como as conhecemos pois estão a ser, gradualmente, substituídas por um sistema de controlo global, centralizado, vigiado, rigidamente regulado e que se instala respaldado em argumentos falaciosos como as alterações climáticas ou as ameaças à saúde planetária.

O conceito que a saúde humana é influenciada pelo meio ambiente é tão antigo quanto a própria sociedade e o rótulo ‘One Health’ foi anexado, alegadamente, para integrar os benefícios da abordagem da saúde pública numa perspectiva ecologicamente holística. Todavia o dogma “One Health” vai além da moralidade e do nobre propósito de reverenciar a natureza e demonstra-o no instante em que defende a “equidade inter-espécies”.A abordagem racional e ética da Saúde Pública antagoniza a visão fantasiosa e perniciosa dum mundo em que gazelas, leões, hienas e humanos bebem no mesmo charco.

Existe um código de conduta que não pode ser escamoteado e a dignidade humana não pode ser esquecida quando falamos de Saúde, pese embora, nos últimos quatro anos e meio, o tenham ensaiado com a administração massiva de terapias genéticas e experimentais (nomeadamente em crianças e grávidas) e com o enriquecimento pornográfico de investidores corporativos e de influencers sanitários, à custa da coerção de milhões.

Esta desvalorização repulsiva da Humanidade precisa de ser travada.

Os médicos, os profissionais de saúde, os professores, os influencers, os políticos e os governantes que, por pura imbecilidade ou porque atolados em conflitos de interesse, não priorizem as pessoas em detrimento dos animais, deverão ser responsabilizados judicialmente e, entretanto, optar pela veterinária, pela adestração de bestas ou por qualquer outra carreira não humanista.

É chegada a hora daqueles que acreditam no valor intrínseco e inefável de cada ser humano, levantarem a sua voz.

É chegada a hora de encetar um caminho anti-globalista que pugne por instituições alicerçadas no humanismo, na liberdade, na soberania e na ética.

A Saúde Pública foi criada para elevar e proteger a humanidade e não para a degradar.

REFERÊNCIAS:

1 –  https://documents1.worldbank.org/curated/en/099530010212241754/pdf/P17840200ca7ff098091b7014001a08952e.pdf

2 –  https://www.theatlantic.com/ideas/archive/2023/03/population-control-movement-climate-malthusian-similarities/673450/

3 –  https://corbettreport.substack.com/p/carbon-pawprints-and-the-rationing

4 -,https://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(23)00090-9/fulltext


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